Educadores participam de projetos sobre Educação ambiental e conservação da vida marinha
Vitória é uma ilha, cercada pelo oceano Atlântico. Além das famosas e já tão bem descritas belezas da cidade, a capital também se expande e oferece encantos debaixo d’água. Da orla, olhando o horizonte, talvez não seja fácil perceber o mundo submerso que existe sob as águas.
Na Baía das Tartarugas, por exemplo, Unidade de Proteção Ambiental (APA), diferentes espécies de animais, como golfinhos, baleias, arraias e as próprias tartarugas buscam alimento e aproveitam as águas mais calmas para se reproduzir. Já na chamada Cadeia Vitória-Trindade, existem cerca de 30 montanhas submarinas que abrigam uma grande variedade de espécies marinhas.
Para preservar a riqueza da biodiversidade marinha de Vitória é preciso conhecê-la. Por isso, a importância de ações pedagógicas desenvolvidas nas escolas, junto a crianças e estudantes.
Em parceria com o Projeto Amigos da Jubarte, profissionais da rede municipal de ensino de Vitória estão participando do ciclo de formação “As Baleias Jubarte e o Ambiente Marinho Capixaba”. A atividade consiste em sensibilizar e informar os educadores através de palestras, materiais didáticos, dinâmicas e vivências a respeito dos ativos ecológicos presentes no litoral do Estado, simbolizados pela espécie de baleia jubarte “guarda-chuva”, que se transforma em eixos narrativos para transmissão de todo o conhecimento passado por biólogos e oceanógrafos do projeto.
“A primeira etapa da formação foi realizada no formato à distância, por meio de encontros e materiais virtuais e videoaulas. Na segunda etapa, estamos realizado cruzeiros para uma aula de ecologia em campo e avistamento de baleias e golfinhos junto com os pesquisadores do Projeto na Plataforma da Grande Vitória,” contou Thiago Ferrari, coordenador geral do Projeto Amigos da Jubarte/Jubarte.Lab e do Projeto Golfinhos do Brasil.
Conhecer para cuidar
Os educadores e profissionais da educação, de maneira geral, são responsáveis por contribuir ativamente no processo de aprendizado e construção do conhecimento dos estudantes, por isso foi pensado um ciclo de formação focado neles.
“O Projeto Amigos da Jubarte entende que educadores são agentes transformadores e aposta que essa parceria é essencial pra levar ao ambiente escolar temas que não são tratados de forma recorrente, como a conservação das baleias jubarte, que tem se tornado ícone capixaba em função dos esforços coletivos dedicados à causa”, ressaltou Éven Aguiar, que é educadora ambiental do Projeto Amigos da Jubarte/Jubarte.Lab e do Projeto Golfinhos do Brasil.
Após a imersão que é feita durante a formação, os professores são munidos de conhecimentos específicos e materiais didáticos personalizados sobre a biologia da baleia jubarte e a conservação do ambiente marinho. Os participantes aprendem desde a fisiologia do animal e comportamentos às atitudes sustentáveis que impactam diretamente na causa, e se tornam multiplicadores desse conhecimento em sala de aula.
Ações individuais e coletivas
Entre os participantes da formação, o professor Israel Scardua, que atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha, destacou que a responsabilidade ambiental é de todos nós e a aprendizagem deve sempre estar voltada para a realidade dos estudantes.
“Vivemos numa cidade costeira e as baleias jubarte são nossas vizinhas durante esta época. A consciência da responsabilidade de proteger o meio ambiente parte do individual para a coletividade. Pequenas ações individuais, como o destino de nossos resíduos (lixo), que se mal feito chega ao meio ambiente, inclusive ao oceano, à consciência coletiva, quando cobramos de empresas e governos ações que venham, pelo menos, diminuir os impactos ambientais”, disse ele.
Na escola, de acordo com o professor, o trabalho é desenvolvido numa perspectiva em que os estudantes discutem entre eles e pensam em ações que podem despertar a consciência individual e coletiva.
“As atividades desenvolvidas por eles estão atreladas a suas habilidades e escolhas. Pensamos em projetos que possam ser levados à comunidade e ampliar a consciência crítica”, pontuou Israel, que é professor da Educação Especial e trabalha com estudantes que apresentam altas habilidades/superdotação.
Reprodução: PMV
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