Homenagem a Ziraldo no Senado inclui voto de pesar e minuto de silêncio dos senadores
O Plenário do Senado fez um minuto de silêncio, na tarde desta segunda-feira (8), em homenagem ao cartunista, chargista, pintor, humorista e escritor Ziraldo, que morreu no último sábado (6) aos 91 anos. Os senadores também aprovaram um voto de pesar pela morte do artista. As duas homenagens foram iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS).
Ao discursar na Tribuna, Paim destacou o fato de Ziraldo ter criado mais de 80 personagens, entre os quais o Menino Maluquinho – livro que vendeu cerca de quatro milhões de cópias. Segundo o senador, o Menino Maluquinho é uma obra escrita com “alegria, criatividade e imaginação”. Paim disse que Ziraldo, além de desenhista, foi um grande cronista e dramaturgo, que teve suas obras traduzidas em vários países.
O senador lembrou a trajetória do escritor, desde os primeiros trabalhos em Caratinga (MG), cidade onde nasceu, até ganhar notoriedade nacional, com a revista Turma do Pererê. Paim ainda destacou os prêmios recebidos pelo escritor e lembrou que Ziraldo foi perseguido pela ditadura militar. Ele foi filiado ao PCB e ao PSol.
— Ziraldo era uma figura pública, ligado à esquerda. Ele assumia com bravura e competência as suas posições. Ele nos deixa, aos 91 anos de idade, com uma história linda e emocionante — declarou o senador.
O senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que presidia a sessão, afirmou que os vários talentos de Ziraldo mostram sua dimensão como homem de destaque. Para Rodrigues, Ziraldo deixa ensinamentos de alegria para todos os brasileiros. O senador disse que o Menino Maluquinho, um personagem ao mesmo tempo simples e complexo, retrata o cotidiano das crianças do país. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que a morte do escritor lhe doeu muito. Ele disse que foi amigo pessoal de Ziraldo, a quem definiu como gênio. O senador manifestou solidariedade aos familiares e amigos do escritor.
— Eis que Ziraldo vai agora para o colo de Deus. Ziraldo, você é imortal! — exaltou Kajuru.
Ziraldo
Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga (MG), no ano de 1932. Sua identificação com o desenho surgiu logo na infância, tendo publicado seus primeiros desenhos em um jornal aos seis anos de idade. Bacharel em direito e jornalista, foi cartunista e chargista dos mais conhecidos do país. Dono de uma sólida carreira como escritor infantil, ele criou a Turma do Pererê e o Menino Maluquinho – personagem que foi além dos livros, ganhando adaptações para o teatro e o cinema.
Ziraldo também foi um dos fundadores do tabloide Pasquim, considerado uma das principais publicações de oposição à ditadura militar. Ele chegou a ser preso por suas posições de combate à repressão e à ditadura. O escritor recebeu inúmeros prêmios por sua obra e teve sua trajetória homenageada por escolas de samba em São Paulo (Nenê de Vila Matilde, em 2003) e no Rio de Janeiro (Tradição, em 2012). Ziraldo era filiado ao PSOL, para o qual desenhou a logo partidária. Ele morreu no último sábado (6), no Rio de Janeiro, deixando esposa, três filhos e milhões de admiradores.
Fonte: Agência Senado
Moderação e Revisão de Conteúdo Geral. Distribuição do conteúdo para grupos segmentados no WhatsApp. Cadastre-se gratuitamente e receba notícias diretamente no seu celular.