Interesse pela ciência em espaços educacionais é estimulado com trabalho de estagiárias
Astrônomas, oceanógrafas, geólogas, historiadoras, biólogas, cientistas. Na rede municipal de Vitória, são nove estagiárias que atuam nos Centros de Ciência, Educação e Cultura (CCEC) e que cumprem um papel importante, fomentando o interesse pela ciência e servindo de inspiração para milhares de visitantes que chegam a esses espaços de aprendizagem, todos os dias.
Juliana Silva, estudante de Geografia e estagiária que atua no Planetário de Vitória, despertou o interesse pela ciência logo na infância. Filmes que continham mulheres de jaleco, pesquisadoras e cientistas, sempre chamavam sua atenção.
“Sempre sonhei em ser cientista, mas só fui entender o que era cientista por agora, quando realmente me tornei uma. Poder trabalhar com astronomia e astronáutica no planetário é fantástico. Buscar dialogar para entender outras perspectivas, realizar outros testes e encontrar uma resposta em comum não é fácil e é muito interessante”, disse.
Para ela, é fundamental que cada vez mais mulheres e meninas se interessem pela ciência. “Somos curiosas, somos cuidadosas, somos esforçadas e empenhadas. Tais características são necessárias pra ser cientista e nós mulheres mostramos toda essa força que por anos nos foi retirada e inviabilizada. Nossas relações são diferentes dos homens e não vejo como um empecilho e sim como outra perspectiva que buscamos cada vez mais apresentar”, destacou.
Troca de experiências
Questionar, buscar respostas e pesquisar mais ao não ficar satisfeita com a resposta encontrada. Foi dessa forma que Mylena Leite, que atua como estagiária na Praça da Ciência, começou a dar os primeiros passos no campo da ciência. Ela conta que o cotidiano na Praça é enriquecedor e permite trocas de experiências com os visitantes.
“Uma coisa que me encanta nos CCEC é a abertura para pesquisas e para novos conhecimentos. É uma troca diária, é um encontro de ciências, já que temos mediadores de diversas áreas, o que dá uma abertura para estudarmos além do que estamos acostumados. O público atendido também acrescenta bastante em nossa formação, pois conseguimos trocar aprendizado com todos que frequentam”, pontuou a estudante de Pedagogia.
Ela avalia que um dos desafios para atrair mais interessadas por ciência é torná-la mais acessível para todos, o que é inclusive, um dos objetivos dos Centros de Ciência, Educação e Cultura de Vitória.
“O que precisa ser transformado é o nosso olhar para a figura feminina que atua na ciência. Elas estão ali, são ativas nessa área, faltando apenas oportunidade para que elas também sejam vistas, reconhecidas. Inclusive, sempre que acompanho algum grupo pelo acervo, eu faço questão de reforçar que naquele espaço todos somos cientistas, descobrindo, aprendendo e atuando de forma direta em prol da Ciência”, afirmou.
Representatividade
Foi através dos CCEC de Vitória e pelas aulas de Ciências no Ensino Fundamental que Ana Clara Silva, atualmente estagiária da Escola da Ciência, Biologia e História (ECBH), se encantou pelas ciências.
“O cotidiano na ECBH aguçou e influenciou o meu conhecimento empírico, e motivou a continuar aprendendo e ensinando, influenciando a representatividade, atuação, respeito e sabedoria que mulher pode e consegue sim fazer ciência”, ressaltou.
Aprendizado constante
Adla Rosa, estagiária na Escola da Ciência-Física, conta como o seu cotidiano no CCEC tem sido importante para sua formação.
“O CCEC não é um emprego e sim uma escola, todos os dias eu aprendo coisas novas, sempre há uma troca de conhecimento entre professores, coordenadores, públicos e monitores, ali ninguém sabe mais do que outro, somos sempre abertos ao conhecer”, contou a estudante de Física.
“Pelo fato de ser uma mulher na área da Ciência, eu acredito que já é uma forma de tentar despertar o interesse em outras mulheres, eu sempre procuro incentivá-las a estudar e escolher o que elas quiserem”, completou.
Mulheres na Ciência
Na última sexta-feira (11), foi celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, data criada pelas Nações Unidas para dar visibilidade ao papel das mulheres na pesquisa científica, incentivar o interesse de meninas pela área e buscar a equidade de gênero. Apenas 30% de cientistas no mundo são mulheres, segundo uma estimativa da Unesco.
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