O Eleitor Não Compra Promessa, Compra Verdade
Por Arnóbio Manso Paganotto
Tem político que ainda acha que a eleição é sobre fazer promessa bonita. Não é. Nunca foi.
O eleitor não quer seu folder. Não quer sua frase ensaiada.
O eleitor quer verdade.
E verdade não se fabrica — se vive.
Já vi candidato com discurso perfeito perder porque não tinha história nenhuma para contar. E já vi gente simples virar gigante porque tinha algo que muita equipe milionária não compra: coerência.
A verdade é que o eleitorado está saturado.
⚠️ Saturado de vídeo bonito
⚠️ Saturado de “eu vou fazer”
⚠️ Saturado de quem só aparece em ano de eleição
E é por isso que, hoje, estratégia política não começa com marketing.
Começa com comportamento.
💬 O eleitor percebe quando o candidato só aparece na rua no mês da eleição
Pode ter a melhor equipe, o melhor vídeo, o melhor jingle.
Se o candidato nunca pisou na feira do bairro, nunca conversou com o comerciante, nunca tomou um café com o líder comunitário… acabou.

O povo reconhece quem vive a cidade — e quem só diz que vive.
Campanha é intensidade, mas imagem é continuidade.
Quem chega só na hora da foto, perde.
🎯 O jogo virou: hoje narrativa vence promessa
O eleitor não quer:
❌ ouvir mais um slogan de campanha
❌ escutar promessa que todo mundo sabe que não vai acontecer
❌ ver candidato lendo texto decorado
O eleitor quer:
✔ alguém que vive o problema
✔ alguém que entende o território
✔ alguém que conhece as dores de verdade
✔ alguém que não precisa inventar personagem
Por isso muita campanha milionária perde para a campanha “pé no chão”.
O eleitor compra a história — não a maquiagem.
🎥 O bastidor que ninguém te conta
Nas minhas experiências em mais de 500 campanhas, aprendi uma coisa que vale ouro:
“O eleitor gosta de ver o candidato onde ninguém vê.”
É no corredor do hospital, na rua alagada, no ponto de ônibus às 6h da manhã.
Não no palco.
O eleitor quer ver verdade acontecendo, não sendo anunciada.
A melhor campanha é aquela que mostra o candidato do jeito que ele realmente é — sem frescura, sem personagem, sem firula.
🔥 O erro fatal: tentar ser o que o marqueteiro inventa
Eu já vi candidato perder votação por causa disso.
O marqueteiro cria um personagem “perfeito”, e o candidato tenta vestir uma roupa que não é dele.
A campanha até fica bonita, mas fica vazia.
O eleitor percebe.
Sempre percebe.
✔ Conclusão
Eu repito isso sempre (e no meu livro também):
Política é sobre verdade.
Marketing potencializa quem você é, não quem você finge ser.
Se você tiver história real, presença real e narrativa real… o voto vem.
Se não tiver, não adianta mídia, não adianta arte, não adianta barulho.
Campanha bonita não vence.
Campanha verdadeira vence.

Jornalista, publicitário e estrategista de marketing político. Diretor do Consórcio de Notícias do Brasil, apresentador do CNBCAST e autor do livro “Manual do Candidato Vencedor”, referência em narrativas e estratégias eleitorais.


