Governo tenta conquistar apoio dos evangélicos para impulsionar pauta econômica

Governo tenta conquistar apoio dos evangélicos para impulsionar pauta econômica

Bancada da Bíblia afirma que não vai deixar pauta de costumes de lado

A aproximação do governo com a bancada evangélica busca não só aumentar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto a esse segmento, como recrutar apoio para pautas da agenda econômica.

De um lado, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta não se concentrar em pautas de costumes e busca um diálogo que possa se traduzir em votos.

Do outro, a bancada da Bíblia afirma que não vai renunciar à defesa de propostas ideológicas. Nada muda em relação aos posicionamentos contrários ao aborto e favoráveis à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Drogas, por exemplo.

O recado foi passado a Padilha durante reunião com integrantes do grupo pelo coordenador da Frente Evangélica no Congresso, deputado Eli Borges (PL-TO).

O ministro apresentou aos parlamentares as prioridades do governo.

No início do mês, por exemplo, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica anulando recomendações antiaborto do governo Bolsonaro.

O encontro ocorreu em meio às articulações para a aprovação da PEC das Igrejas, que ganhou aval da Fazenda nas últimas rodadas de negociações.

O governo dá apoio ao texto atual e o vê como uma possibilidade de estreitar laços com evangélicos, ainda que a PEC amplie as isenções para templos de todos os credos e se estenda a orfanatos, creches, asilos, casas de recuperação e semelhantes.

Apesar disso, a expectativa dos próprios articuladores da matéria, que são da bancada da Bíblia, é de efeitos positivos para a imagem de Lula junto ao eleitorado evangélico. O grupo, hoje, conta com 120 deputados e 17 senadores.

Fonte: CNN Brasil