Lula manifesta apoio a ministros do STF após revogação de vistos pelos EUA e critica medida como arbitrária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou neste sábado (19) uma nota oficial em que manifesta solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) atingidos pela revogação de vistos por parte do governo dos Estados Unidos.
Na avaliação do presidente, a medida é “arbitrária e completamente sem fundamento”, representando uma interferência inaceitável na soberania nacional.
“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, declarou Lula.
A decisão de revogar os vistos foi divulgada na sexta-feira (18) pelo secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio. Segundo ele, os alvos foram o ministro Alexandre de Moraes, seus aliados e familiares próximos. Em publicação na rede social X, Rubio afirmou que o governo Trump responsabilizará estrangeiros “envolvidos na censura de expressão protegida nos Estados Unidos”.
Rubio acusou o ministro Moraes de liderar uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que essa atuação violaria direitos fundamentais e ultrapassaria fronteiras, afetando até cidadãos norte-americanos.
Tensões crescentes entre os governos de Brasil e EUA
A revogação de vistos ocorre em meio a um momento de tensão entre os governos brasileiro e norte-americano, sob a liderança de Donald Trump. A medida foi anunciada após Bolsonaro ser alvo de operação da Polícia Federal e passar a utilizar tornozeleira eletrônica por decisão do STF.
Na nota divulgada, Lula reforçou a posição do governo brasileiro de defesa da legalidade e da democracia:
“Nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.”
Brasil pode reagir com taxação de gigantes de tecnologia dos EUA
Em resposta ao que classificou como “chantagem política”, o presidente Lula afirmou que o Brasil poderá aplicar tributações sobre empresas americanas de tecnologia que atuam no país, em especial plataformas digitais e redes sociais.
Nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros agrava cenário
Outro ponto de atrito é a decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto. Em carta pública enviada ao presidente Lula, Trump justificou a medida mencionando o julgamento de Jair Bolsonaro no STF e alegando, sem apresentar provas, que o Brasil estaria atacando eleições livres e ferindo a liberdade de expressão de cidadãos americanos.
Lula reagiu de forma enfática:
“O Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse o presidente, afirmando que o país responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
Desde então, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, tem se reunido com representantes do setor produtivo para buscar alternativas e minimizar os impactos do chamado “tarifaço”. Segundo ele, o governo trabalha para resolver a questão até o fim do mês, evitando a entrada em vigor da nova tarifa.
Empresas brasileiras preocupadas com impactos econômicos
De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a tarifa de 50% pode afetar quase 10 mil empresas brasileiras que exportam para os EUA, com impacto direto sobre 3,2 milhões de empregos no Brasil.

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