Senado vira alvo estratégico de Lula e Bolsonaro nas eleições de 2026

Senado vira alvo estratégico de Lula e Bolsonaro nas eleições de 2026

Com 54 cadeiras em disputa, Casa é vista como decisiva para o equilíbrio de poder entre governo e oposição

A mais de um ano das eleições nacionais, os grupos políticos ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já articulam suas estratégias para ampliar a influência no Senado Federal. A disputa por cadeiras na Casa é considerada prioritária por ambos os lados, diante de seu papel central nas decisões políticas e institucionais do país.

Em 2026, cada estado e o Distrito Federal vão eleger dois senadores, totalizando 54 vagas em disputa, o equivalente a dois terços do Senado. É a maior renovação possível da Casa em uma única eleição, o que tem acelerado os movimentos dos principais grupos políticos.

Senado como chave de poder

Durante um evento do PL, na última sexta-feira (6), Bolsonaro foi direto:

“Se conseguirmos a maioria no Senado, vamos mandar mais do que o próprio presidente da República.”

Segundo aliados do ex-presidente, o plano da direita é lançar duas candidaturas por estado, divididas entre o PL e partidos do mesmo campo ideológico. O objetivo é ampliar a presença no Senado e facilitar avanços de pautas como o enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Já Lula, em discurso no congresso do PSB no último domingo (1º), também demonstrou preocupação com a formação da Casa:

“Se esses caras elegerem a maioria dos senadores, vão fazer uma muvuca nesse país.”
A declaração evidenciou a disputa por espaço e a importância de conter o avanço da oposição.

Movimentações nos bastidores

A ofensiva dos dois campos políticos não se limita aos discursos. Nos bastidores, partidos já mapeiam possíveis nomes e alianças. O PT, por exemplo, antecipou as discussões internas sobre 2026 e pretende reunir seu grupo eleitoral já na próxima segunda-feira (9) para traçar um mapa de candidaturas viáveis.

Entre os dirigentes da sigla, a avaliação é que é preciso fechar alianças ainda em 2025, de modo a garantir uma base sólida e competitiva no próximo ano.

Já no entorno de Bolsonaro, a articulação envolve diálogos com partidos de centro e de direita, com o objetivo de montar chapas “fortes” em todos os estados. A ideia é ocupar espaços estratégicos e formar uma bancada de oposição robusta e articulada.

O papel do Senado

A corrida por cadeiras no Senado se intensifica não apenas pelo tamanho da renovação, mas pela centralidade da Casa no funcionamento das instituições. Cabe ao Senado, por exemplo, aprovar indicações ao STF, analisar processos de impeachment de ministros da Corte, além de julgar autoridades em casos de crime de responsabilidade.

Para o governo Lula, manter a maioria no Senado é visto como essencial para garantir estabilidade política e institucional em um eventual novo mandato. Já para a oposição, conquistar a Casa é uma forma de ampliar o poder de pressão e criar obstáculos à atual gestão.