Relator Apoia Projeto de Energia Solar para Famílias de Baixa Renda

Relator Apoia Projeto de Energia Solar para Famílias de Baixa Renda

Milhões de famílias de baixa renda no Brasil poderão ter suas contas de eletricidade reduzidas a quase zero. Esse é o objetivo de um projeto de lei que propõe substituir gradualmente a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) por geradores movidos a energia renovável. A principal fonte seria solar, especialmente em áreas rurais e flutuantes em reservatórios de hidrelétricas.

O PL 624/2023, do deputado Domingos Neto (PSD/CE), que cria o Programa Renda Básica Energética (Rebe),  foi debatido nesta quarta-feira (19) em uma reunião conjunta das Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Infraestrutura (CI). Já aprovada pela Câmara, a proposta terá que ser votada pelas duas comissões e pelo Plenário do Senado .

O relator da proposta, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), defendeu o projeto, principalmente em regiões como a dele, onde grande parte dos cidadãos tem acesso precário ou não possui nenhuma rede de energia elétrica por estar em áreas remotas do país. O parlamentar argumentou que o programa poderá reduzir em até 95% o custo da conta de energia elétrica para os consumidores de baixa renda.

— Eu fiquei encantado com o projeto. Tem tudo a ver com a minha região. Nós temos 20 milhões de pessoas na Amazônia que vivem vidas totalmente diferentes das nossas aqui em Brasília, no Sul, no Sudeste. Pessoas que precisam e precisam muito — disse Petecão.

Recursos

Os recursos para construção das usinas solares viriam da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Ela é paga por todos os consumidores de energia elétrica e financia políticas públicas como a Tarifa Social. Por ano, são recolhidos em torno de R$ 6 bilhões. Além desse dinheiro, também seriam usados fundos do BNDES, do Orçamento Geral da União (OGU), da Petrobrás e de Itaipú.

A proposta prevê que, após a geração da energia, as famílias com consumo de até 220 kWh/mês teriam direito a créditos usados para pagar a conta de luz. Atualmente, para usufruir da Tarifa Social, as famílias precisam fazer parte do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e ter renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (o equivalente hoje a R$ 706).

— Toda vez que um consumidor de baixa renda entrar em uma cooperativa e ele começar a produzir a sua própria energia, ele deixa de ser de baixa renda. Automaticamente, ele deixa. Ou seja, esse custo nós já não vamos ter mais. Sabe por quê? Porque ele vai compensar a sua conta. Ligou a usina, ele deixou de ser baixa-renda — explicou Luis Fernando Paroli Santos, da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).

Luis Fernando, que participou da primeira rodada de apresentações, aproveitou para apresentar o programa Sol para Todos, inspirado no programa Luz para Todos. Como a lei em discussão, a proposta também se destina à população de baixa renda, tem foco na agricultura familiar e se baseia em energias renováveis.

Representando o ministério de Minas e Energia, Isabela Sales Vieira afirmou que os técnicos da pasta já estão trabalhando para estimular ainda mais o uso de energias renováveis no país, mesmo antes da aprovação do projeto de lei pelo Congresso. Ela ressalvou que a única preocupação do governo é a de não aumentar subsídios ou de tarifas já existentes hoje no Brasil.

— O programa está alinhado de fato aos objetivos estratégicos do ministério, especialmente no que se refere ao combate à pobreza energética e à inclusão social. Não dá para desconsiderar a importância da diversificação na nossa matriz energética, a importância da integração da geração distribuída. Hoje o país é referência em termos de uma matriz energética limpa e renovável.

Fonte: Agência Senado