O senador Sergio Moro, representante do União Brasil-PR, levanta uma bandeira de alerta em relação ao que ele considera uma crescente escalada autoritária e perseguição política por parte do governo Lula, através do Ministério da Justiça sob a liderança de Flávio Dino. Este órgão anunciou recentemente uma investigação conduzida pela Polícia Federal contra o ex-juiz da Operação Lava Jato e o ex-procurador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, atualmente filiado ao Podemos-PR. Dallagnol perdeu seu mandato de deputado federal após uma denúncia apresentada pelo PT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além da PF, a Advocacia Geral da União (AGU) também está conduzindo uma investigação sobre a dupla que desempenhou papéis-chave nas investigações da Lava Jato em Curitiba.
No entanto, ações recentes no cenário político levantam questionamentos. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma decisão monocrática neste mês, anulou todos os atos relacionados ao acordo de leniência com a construtora Odebrecht. A Corregedoria Nacional de Justiça apontou “falta de dever de cautela, transparência, imparcialidade e prudência por parte dos magistrados” e destacou uma “gestão caótica” nas atividades da operação na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba.
Moro, em uma entrevista, enfatizou que sempre respeita decisões judiciais, mas expressou surpresa em relação à iniciativa do governo Lula de centralizar as investigações na AGU e na Polícia Federal. Embora ele reconheça que o Brasil está longe de enfrentar perseguições políticas como as ocorridas na Venezuela, sob o regime do ditador Nicolás Maduro, Moro pediu atenção para garantir que o crescimento do autoritarismo do PT não coloque em risco as liberdades e a independência dos demais poderes.
O senador ressalta que o principal problema é a percepção de perseguição política. Ele cita o testemunho recente de Maria Corina Machado, ex-líder da corrida presidencial na Venezuela, que detalhou o ambiente de perseguição política que ela enfrentou. Embora o Brasil esteja distante desse cenário, Moro destaca a importância de não baixar a guarda para evitar erros similares. Ele enfatiza a necessidade de preservar a independência da magistratura e do Ministério Público, evitando criminalizar suas atividades.
Durante uma audiência no Senado sobre a instabilidade na Venezuela, Maria Corina Machado destacou a difícil situação dos venezuelanos e dos refugiados que buscam abrigo no Brasil. Ela mencionou a realidade cruel de pessoas vivendo com pensões de apenas 5 dólares por mês e professores recebendo apenas 1 dólar por dia, além de crianças indo à escola apenas duas vezes por semana.
Moro enfatizou a importância de ouvir os relatos de opositores ao regime chavista para entender a erosão progressiva dos processos democráticos e dos direitos humanos. Ele observou que o Brasil está enfrentando situações que indicam a possibilidade de seguir um caminho equivocado.
Fonte: OpniãoES