STF confirma rejeição dos recursos de Bolsonaro e aliados na ação sobre tentativa de golpe

STF confirma rejeição dos recursos de Bolsonaro e aliados na ação sobre tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão — Foto: Pablo Porciuncula/AFP

O Supremo Tribunal Federal oficializou, nesta segunda-feira (17), a publicação da ata referente ao julgamento da Primeira Turma que manteve as condenações do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis envolvidos no caso que investigou uma articulação para “virar” o resultado das eleições de 2022.

A ata consolida o resultado dos votos dos ministros no plenário virtual, que concluiu na sexta-feira (14) a análise dos primeiros recursos apresentados pelas defesas. Todos foram rejeitados por unanimidade.

Segundo o processo, Bolsonaro e seu núcleo político são apontados como responsáveis por estruturar uma organização criminosa com o objetivo de promover um golpe de Estado e impedir a alternância de poder após a derrota eleitoral.

Próxima etapa no STF

Com a ata já publicada, o tribunal deve liberar nos próximos dias o acórdão — documento completo que detalha os fundamentos de cada voto. Só depois disso as defesas poderão apresentar novos questionamentos.

Dois tipos de recursos ainda podem ser utilizados:

  • Novos embargos de declaração, para pedir esclarecimentos sobre trechos específicos da decisão;

  • Embargos infringentes, que tentam modificar o resultado quando há divergência entre os ministros — condição que não ocorreu neste julgamento.

A execução das penas só começa quando não houver mais possibilidade de recurso. Tradicionalmente, o STF aguarda o julgamento dos segundos embargos, que podem ser analisados individualmente pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Caso entenda que há manobra para atrasar o processo, Moraes pode determinar o início imediato do cumprimento das penas.

O que são os recursos?

  • Embargos de declaração: usados para apontar omissões, dúvidas ou contradições. Em casos excepcionais, podem alterar o resultado.

  • Embargos infringentes: só são aceitos quando há pelo menos dois votos divergentes pela absolvição — o que não ocorreu.

Quem são os condenados

Além de Jair Bolsonaro, outros seis ex-auxiliares tiveram seus recursos rejeitados:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A única exceção é o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada e teve sua pena reduzida para dois anos em regime aberto.

Foto: Pablo Porciuncula/AFP

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