Educação: Ensino à distância tende a superar o presencial no próximo ano

Educação: Ensino à distância tende a superar o presencial no próximo ano
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A pandemia acelerou a busca pelo ensino à distância (EAD) e este modelo educacional cresce em ritmo cada vez mais acelerado. Uma pesquisa do Censo da Educação Superior, realizada em parceria com o Ministério da Educação, aponta que o número de alunos ingressantes em cursos à distância tem aumentado consideravelmente e já deve ultrapassar o presencial no próximo ano. De acordo com o levantamento, entre 2009 e 2019, o número de matrículas em cursos à distância aumentou 378,9%. Já um outro estudo realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) mostrou que a busca por cursos online cresceu cerca de 59% entre o período de 2020 e 2021.

Outro dado da pesquisa da ABMES é que cursos da área de Saúde estão entre os mais procurados, tanto para quem quer estudar presencial ou remotamente. Quem já atuava nesta área, como um técnico de enfermagem, por exemplo, notou que podia fazer um curso de Enfermagem, para ser mais valorizado no mercado. Outro ponto responsável pela busca de capacitação profissional neste setor pode estar relacionada, ainda, ao próprio enfrentamento da pandemia, que revelou a importância desses profissionais.

Para Antônio Carbonari Netto, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE) entre 2016 e 2020, alunos, professores e gestores perceberam, finalmente, que a tecnologia é uma aliada da educação. “Este é um caminho sem volta! ”, afirma.

O EAD tem sido a opção de muitas pessoas que buscam qualificação profissional. Desde maio de 2020, a biomédica Débora de Oliveira se divide entre o trabalho e o mestrado em Gestão de Cuidados da Saúde que faz em uma universidade que fica na Flórida, nos Estados Unidos. Ela assiste às aulas no conforto de sua casa, em Belo Horizonte (MG). “Com o mestrado online, eu consigo conciliar meus horários de forma organizada e flexível. É claro que é necessário ter mais disciplina, mas, com um pouco de boa vontade, estudar à distância vira um hábito. Essa opção se encaixou perfeitamente no meu estilo de vida”, afirma a estudante da MUST University – instituição que oferece aulas em três idiomas: português, inglês ou espanhol, e concede diploma válido nos Estados Unidos, que também pode ser reconhecido no Brasil com suporte da instituição.

Vida pessoal e profissional conciliadas

Dados da 11ª edição do Mapa do Ensino Superior 2021, divulgados pelo Instituto Semesp, revelaram um crescimento de 9,8% da educação à distância no primeiro semestre do ano, levando em consideração apenas as matrículas nas universidades privadas do país. Em contrapartida, os números das aulas presenciais representaram uma queda de 8,9% no mesmo período.

Segundo o relatório Protegendo o Futuro do Trabalho, desenvolvido dentro de uma pesquisa sobre comportamento das pessoas pós-pandemia realizada por uma plataforma de buscas online, 53% dos brasileiros pretendem mudar de profissão após a pandemia e, dentre os principais motivos estão: equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%), o desejo por um salário mais alto (49%), a busca por uma função mais significativa (31%), reduzir a quantidade de tempo trabalhado (31%) e trabalhar por prazer (14%).

“O ensino à distância não é mais uma opção, como era antes da Covid-19, e sim uma solução que veio para ficar!”, declara Giulianna Carbonari Meneghello, diretora de Marketing e Admissões da MUST University. De acordo com Giulianna, quando muitos alunos se viram “presos” em casa, e com necessidade de melhorar seu currículo, a possibilidade de fazer um mestrado digital de qualidade, com dupla acreditação (EUA e Brasil), a um custo acessível, motivou muita gente a voltar a estudar.

A oportunidade de realizar uma formação superior internacional à distância fez com que a MUST University, por exemplo, apresentasse um crescimento de, aproximadamente, 9.000% entre agosto de 2017, quando foi fundada, e julho de 2021. Há dois anos, a universidade tinha menos de 500 alunos e hoje tem mais de 1.800. Com as novas turmas abertas para dezembro de 2021, a instituição estima fechar o ano com cerca de 2.000 alunos.

 

 

Reprodução: Folha Vitória